Diabetes é caracterizada
por ser uma doença que causa o aumento de concentração de glicose no sangue pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja
função é transportar a glicose para o interior da célula. Por
conta dessas alterações causadas pela doença, não é difícil relacioná-la com
disfunções mitocondriais, pelo fato da mitocôndria ser um dos principais locais
de produção de energia.
“Diabetes mitocondriais” é um caso raro da
doença que é causada por uma mutação no DNA da mitocôndria de células beta pancreáticas, e é
transmitido maternalmente. Geralmente esse tipo de diabetes está associado com
a perda auditiva e é semelhante à diabetes tipo 2. Apesar de serem parecidas,
é contra-indicado tratar diabetes mitocondrial com metformina (medicamento
utilizado para tratamento de diabetes tipo 2) pelo risco de desenvolver acidose
lática.
Uma das causas da Diabetes é a resistência à insulina, isso acontece quando ocorre a produção do hormônio no entanto sua capacidade de transportar as moléculas de glicose para dentro da célula é diminuída. Diabetes Mitocondrial não é caracterizada pela resistência e sim pela diminuição da produção de insulina que é induzida pelo consumo de glicose. Inicialmente a síndrome é
apresentada de maneira mais leve, agravada com o passar dos anos (geralmente entre
os 35 e 40 anos), sendo que pode desenvolver intolerância oral à glicose antes 70 anos. Uma possível razão que a síndrome seja agravada com a idade
deve-se pela disfunção mitocondrial que ocorre hiperglicemia induzida por radicais
livres (ROS) e danos oxidativos. As células beta pancreáticas podem ser propensas a danos oxidativos, quando expostas a hiperglicemia,
e consequente causando o aumento do cálcio intracelular. Assim, os níveis de equivalentes redutores e consumo de ADP, se tornam elevados resultando no aumento do potencial de membrana o que ocasiona na produção de espécies reativas a oxigênio (SIVITZ, 2004). A quantidade de radicais livres
contribui para a apoptose e, provavelmente, também para o estado de
diferenciação das células beta pancreáticas.
Outras razões como
diminuição das células beta pancreáticas pode ser considerada em relação a
progressão da diabetes mitocondrial, pois com essa diminuição das células consequentemente
a resposta de liberação de insulina ao ingerir glicose também diminui, fazendo
com que ocorra o aumento da glicemia.
A figura apresenta de forma
resumida a cadeia respiratória e os passos que contribuem para a formação dos
radicais livres, quando o potencial de membrana fica elevado, o gradiente de prótons
pode diminuir a taxa de transporte de elétrons através da cadeia, potencializando
a produção de radicais livres, que induz hiperglicemia, caracterizando assim a Diabetes.
FONTE:
MAASSEN, J. Mitochondrial Diabetes Molecular Mechanisms and Clinical Presentation. American Diabetes Association, 2003.
Disponível em: <http://diabetes.diabetesjournals.org/content/53/suppl_1/S103.long> Acesso em: 19/11/2015
SIVITZ, W. Mitochondrial
Dysfunction in Diabetes: From Molecular Mechanisms to Functional Significance
and Therapeutic Opportunities. Antioxidants & Redox Signaling, 2004.
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2824521/>. Acesso em: 19/11/2015
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