quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Diabetes mitocondrial

Diabetes é caracterizada por ser uma doença que causa o aumento de concentração de glicose no sangue pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é transportar a glicose para o interior da célula. Por conta dessas alterações causadas pela doença, não é difícil relacioná-la com disfunções mitocondriais, pelo fato da mitocôndria ser um dos principais locais de produção de energia.

“Diabetes mitocondriais” é um caso raro da doença que é causada por uma mutação no DNA da mitocôndria de células beta pancreáticas, e é transmitido maternalmente. Geralmente esse tipo de diabetes está associado com a perda auditiva e é semelhante à diabetes tipo 2. Apesar de serem parecidas, é contra-indicado tratar diabetes mitocondrial com metformina (medicamento utilizado para tratamento de diabetes tipo 2) pelo risco de desenvolver acidose lática.

Uma das causas da Diabetes é a resistência à insulina, isso acontece quando ocorre a produção do hormônio no entanto sua capacidade de transportar as moléculas de glicose para dentro da célula é diminuída. Diabetes Mitocondrial não é caracterizada pela resistência e sim pela diminuição da produção de insulina que é induzida pelo consumo de glicose. Inicialmente a síndrome é apresentada de maneira mais leve, agravada com o passar dos anos (geralmente entre os 35 e 40 anos), sendo que pode desenvolver intolerância oral à glicose antes 70 anos. Uma possível razão que a síndrome seja agravada com a idade deve-se pela disfunção mitocondrial que ocorre hiperglicemia induzida por radicais livres (ROS) e danos oxidativosAs células beta pancreáticas podem ser propensas a danos oxidativos, quando expostas a hiperglicemia, e consequente causando o aumento do cálcio intracelular. Assim, os níveis de equivalentes redutores e consumo de ADP, se tornam elevados resultando no aumento do potencial de membrana o que ocasiona na produção de espécies reativas a oxigênio (SIVITZ, 2004). A quantidade de radicais livres contribui para a apoptose e, provavelmente, também para o estado de diferenciação das células beta pancreáticas.

Outras razões como diminuição das células beta pancreáticas pode ser considerada em relação a progressão da diabetes mitocondrial, pois com essa diminuição das células consequentemente a resposta de liberação de insulina ao ingerir glicose também diminui, fazendo com que ocorra o aumento da glicemia.

A figura apresenta de forma resumida a cadeia respiratória e os passos que contribuem para a formação dos radicais livres, quando o potencial de membrana fica elevado, o gradiente de prótons pode diminuir a taxa de transporte de elétrons através da cadeia, potencializando a produção de radicais livres, que induz hiperglicemia, caracterizando assim a Diabetes.


FONTE:
MAASSEN, J. Mitochondrial Diabetes Molecular Mechanisms and Clinical Presentation. American Diabetes Association, 2003.
Disponível em: <http://diabetes.diabetesjournals.org/content/53/suppl_1/S103.long> Acesso em: 19/11/2015
SIVITZ, W. Mitochondrial Dysfunction in Diabetes: From Molecular Mechanisms to Functional Significance and Therapeutic Opportunities. Antioxidants & Redox Signaling, 2004.
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2824521/>. Acesso em: 19/11/2015
  



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